terça-feira, 15 de setembro de 2015

Hábitos de Higiene na Antiguidade

   Pouco se imagina sobre a higiene nos tempos antigos, o que vemos em filmes medievais e cenas em peças de teatro, não remete em nada a realidade antiga, onde banhos eram raros e higiene não era uma palavra muito conhecida.
   Os médicos achavam que a água, sobretudo quente, debilitava os órgãos, deixando o corpo exposto a insalubridades e que, se penetrasse através dos poros, podia transmitir todo tipo de doenças. Inclusive começou a estender a ideia de que uma camada de sujeira protegia contra as doenças e que, portanto, o asseio pessoal devia ser realizado "a seco", só com uma toalha limpa para esfregar as partes expostas do corpo.



   Além disso, ainda recomendavam que as crianças limpassem o rosto e os olhos com um trapo branco para limpar o sebo, mas não muito para não retirar a cor "natural" (encardida) da pele. Na verdade, os galenos consideravam que a água era prejudicial à vista, que podia provocar dor de dentes e catarros, empalidecia o rosto e deixava o corpo mais sensível ao frio no inverno e a pele ressecada no verão. Ademais, a Igreja condenava o banho por considerá-lo um luxo desnecessário e pecaminoso.
   A falta de higiene não era um costume de pobres, a rejeição pela água chegava aos estratos mais altos da sociedade. As damas mais entusiastas do asseio tomavam banho, quando muito, duas vezes ao ano, e o próprio rei só o fazia por prescrição médica e com as devidas precauções. Os banhos, quando aconteciam, eram tomados em uma tina enorme cheia de água quente. O pai da família era o primeiro em tomá-lo, logo os outros homens da casa por ordem de idade e depois as mulheres, também por ordem de idade. Enfim chegava a vez das crianças e bebês que podiam se perder dentro daquela água suja. Não é à toa que as crianças tinham grande desgosto em tomar banho.


   Tudo era reciclado, tinha gente dedicada a recolher os excrementos das fossas para vendê-los como esterco. Os tintureiros guardavam urina em grandes tinas, que depois usavam para lavar peles e branquear telas. Os ossos eram triturados para fazer adubo. O que não se reciclava ficava jogado na rua, porque os serviços públicos de limpeza urbana e saneamento não existiam ou eram insuficientes. As pessoas jogavam seu lixo e dejetos em baldes pelas portas de suas casas ou dos castelos. Imagine a cena: o sujeito acordava pela manhã, pegava o pinico e jogava ali na sua própria janela.
   O mau cheiro que as pessoas exalavam por debaixo das roupas era dissipado pelo leque. Mas só os nobres tinham lacaios que faziam este trabalho. Além de dissipar o ar também servia para espantar insetos que se acumulavam ao seu redor. O príncipe dos contos de fadas fedia mais do que seu cavalo.
   Na Idade Média a maioria dos casamentos era celebrado no mês de junho, bem no começo do verão boreal. A razão era simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda era tolerável. De qualquer forma, como algumas pessoas fediam mais do que as outras ou se recusavam a tomar banho, as noivas levavam ramos de flores, ao lado de seu corpo nas carruagens para disfarçar o mau cheiro. Tornou-se, então, costume celebrar os casamentos em maio, depois do primeiro banho. Não é ao acaso que hoje maio é considerado o mês das noivas e dali nasceu a tradição do buquê de flores das noivas.



   Os mais ricos tinham pratos de estanho. Certos alimentos oxidavam o material levando muita gente a morrer envenenada, sem saber o porquê. Alguns alimentos muito ácidos, que provocavam este efeito, passaram a ser considerados tóxicos durante muito tempo. Com os copos ocorria a mesma coisa: o contato com uísque ou cerveja fazia com que as pessoas entrassem em um estado de narcolepsia produzido tanto pela bebida quanto pelo estanho. Alguém que passasse pela rua e visse alguém neste estado podia pensar que estava morto e logo preparavam o enterro. O corpo era colocado sobre a mesa da cozinha durante alguns dias, enquanto a família comia e bebia esperando que o "morto" voltasse à vida ou não. Foi daí que surgiu o costume de beber o morto e mais tarde o velório feito hoje junto ao cadáver.
   O Rei Henrique VIII, famoso por romper com a Igreja Romana e por ter se casado seis vezes, tinha mais de 200 empregados que lhe serviam como cozinheiros, carregadores, abanadores, etc. Mas os serventes com a pior das sortes eram aqueles que deviam cuidar das "necessidades" do rei: tinham que despiolhá-lo uma vez ao dia, limpar sua bunda depois que fizesse suas necessidades e lavar suas partes íntimas enquanto o rei permanecia sentado e inclusive, quando a rainha estava grávida e o monarca sentia certas necessidades, um dos serviçais -homem ou mulher- devia "bater uma" para o rei. Isto, por suposto, era feito na frente de várias pessoas, que depois do "ato" trocavam suas roupas.



   A higiene realmente não era o "forte" no Período Medieval. Entre muita riqueza, vestes bonitas e imagens criadas até hoje sobre a vida afortunada dos nobres e grandes ícones conhecidos, havia muita sujeira e mau cheiro. Mas, felizmente os tempos mudam, e hoje já não se tem os mesmos costumes, afinal um bom banho e um perfuminho não faz mal a ninguém não é?





12 comentários:

  1. Bacana, espero ver mais curiosidades do mundo antigo, beijão.

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  2. Nossa achei bem interessante, é sempre bom aprender coisas novas!

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  3. Muito interessante relembrar essas passagens históricas, assim podemos perceber o quanto a humanidade tem evoluído... e como evoluiu hein!!!!

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  4. Nossa, muito legal estar conhecendo as histórias da antiguidade!!! Assim podemos notar como as coisas evoluíram com o passar do tempo e levar em consideração tudo o que o povo daquela época viveu.

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  5. Adorei o texto! Muito legal sabermos disso :)

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  6. VANESSA ESTAVA DE BOBEIRA E ENTREI NO SEU BLOG
    PARABÉNS POR TODOS OS CONTEÚDOS SÃO MUITO INTERESSANTES
    PARABÉNS POR CADA CONTEÚDO QUE SÓ AGREGA CONHECIMENTO PARA QUEM OS LÊ DEUS ABENÇOE SUA VIDA .

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  7. Muito interessante são fatos reais da antigüidade que precisamos saber pra darmos valor às pequenas coisas que temos hoje a nossa disposição

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